TBEA: aumenta busca por hibridização de projetos com energia solar

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O cenário desafiador para novos investimentos em projetos de geração solar centralizada pode incentivar a hibridização de parques eólicos e hidrelétricas já existentes com a instalação da fonte. De acordo com o gerente geral para a América Latina da TBEA, Antonio Salgueiro, essa tem sido uma demanda mais frequente de clientes da empresa, que fornece inversores string e centralizados para projetos de grande porte.

Além da barreira da baixa disponibilidade de conexão ao sistema de transmissão, a expansão da geração centralizada tem como desafios para este ano a queda do preço da energia, que chegou a menos de R$ 70/MWh no mercado de curto prazo no final de março, e a alta taxa de juros, com a Selic em 13,75%, comenta Salgueiro.

Nessa entrevista, ele cita quais são as oportunidades de hibridização para otimizar o uso do sistema de transmissão. E também ressalva que é importante manter projetos em desenvolvimento, preparados para mudanças de cenário. Uma possível queda de geração hídrica e consequente aumento dos preços da energia em um cenário com mais demanda pode voltar a impulsionar os grandes projetos.

Quais têm sido as demandas mais frequentes dos clientes da TBEA para seus projetos solares nestes primeiros meses do ano? 

São clientes que já possuem PPA assinado ou clientes que p
ossuem consumo próprio, dando lastro ao investimento. 

E clientes que possuem plantas de geração hidráulica (com reservatório) ou eólicas onde a aplicação de solução híbrida, implementando energia solar com foco no aumento do fator de capacidade da planta, se mostra efetiva. Essas plantas já possuem a conexão ao sistema elétrico e isso tanto diminui o risco da conexão no custo de implementação da usina solar, quanto melhora a utilização da MUST (Montantes de Uso do Sistema de Transmissão) já contratada.

No caso da usinas flutuantes sobre barragens hidráulicas, isso reduz a evaporação da água causada por irradiação solar e melhora o albedo para painéis bifaciais. A composição complementar dessas usinas híbridas com a utilização de baterias pode ser uma oportunidade a médio prazo quando houver regulação da prestação de serviços ancilares para o ONS e possíveis remunerações para este tipo de serviço. 

Quais variáveis podem tornar o investimentos em geração solar centralizada mais atrativo?  

Nesse contexto, tendo em vista os altos juros e PPA em valores baixos, a hibridização parece uma boa estratégia levando em conta o trabalho conjunto com plantas eólicas e hidráulicas, com potência de alguns GW de projetos no curto prazo.

Um planejamento estratégico de longo prazo também é importante, pois sabemos que as questões ambientais estão mais imprevisíveis do que nunca, podendo em 1 a 2 anos levar a escassez de agua e consequente aumento no valor da energia, e quem se antecipar nesse planejamento estará melhor posicionado no mercado. 

Acha que projetos de menor porte serão mais frequentes ou os grandes projetos continuarão mais competitivos com ganho de escala?  

Hoje os projetos de pequeno porte enfrentam dificuldades financeiras relevantes, pois o investimento na subestação e linha de transmissão para este projetos tem um impacto relevante do valor do investimento total, tendo as grandes plantas uma maior facilidade em diluir estes custos e melhores condições de negociação de placas, trackers e inversores.

Por outro lado as usinas de menor porte podem trabalhar de forma mais adequada em soluções híbridas com plantas eólicas e hidráulicas, portanto há espaço para todo tipo de tamanho no que tange a geração centralizada. 

Webinar da pv magazine Brasil

Dia 30 de março vamos discutir os diferentes cenários para a expansão da geração centralizada no Brasil com uma visão realista sobre a viabilidade desses projetos. Vamos analisar os números de possíveis instalações, comparar preços de PPAs, leilões e mercado livre, e discutir opções de hibridização. Registre-se agora!

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