Em janeiro, o Brasil alcançou a marca de 17 GW de capacidade em geração própria de energia elétrica, também chamada de Geração Distribuída (GD). O resultado, puxado pela energia solar, conta também com a evolução de outras fontes, como a biomassa, o biogás, a energia eólica, a energia movida a potencial hidráulico e a cogeração a gás natural.
Ao longo dos últimos três anos a GD se consolidou como a modalidade de energia que mais cresce no Brasil. É importante começar o ano da mesma forma que terminamos 2022: alcançando novos marcos e ampliando a potência em geração distribuída. Vale destacar que, hoje, a GD possui o dobro da capacidade instalada que tinha em dezembro de 2021, há pouco mais de um ano.
Atualmente, a geração própria de energia conta com 1,6 milhão de usinas de microgeração e minigeração distribuídas pelo País e 2,1 milhões de unidades consumidoras (UC’s) que utilizam a GD no país. Cada UC representa a casa de uma família, um estabelecimento comercial ou outro imóvel abastecido por micro ou mini usinas, todas elas utilizando fontes renováveis.
Com os atuais 17 GW de potência instalada, a geração distribuída tem capacidade suficiente para abastecer aproximadamente 8,5 milhões de residências, ou 34 milhões de pessoas. Entre os consumidores beneficiados, a maioria (48,4%) dos projetos é do grupo residencial, seguido pelo consumo comercial (28,7%), rural (14,7%) e industrial (6,8%).
A geração própria de energia ajudou a colocar a fonte solar na segunda posição da matriz elétrica nacional: cerca de 2/3 da potência dessa fonte vem da geração distribuída, em telhados ou projetos de minigeração, contra 1/3 de geração centralizada (as fazendas solares de grande porte). A expectativa é de que a GD mantenha o crescimento vertiginoso ao longo de 2023.
A evolução da geração própria de energia passa principalmente pelos benefícios oferecidos por essa modalidade, em diferentes aspetos. Para os consumidores, a GD se tornou uma alternativa para garantir previsibilidade e baixar custos, além de contribuir com a transição energética. Em relação ao sistema elétrico nacional, a geração própria de energia reduz custos de transmissão e distribuição e contribui para a segurança do sistema, além de utilizar fontes renováveis.
*Guilherme Chrispim é presidente executivo da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD)
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