A Epamig, empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, vai iniciar neste semestre a construção de um projeto piloto de agrivoltaica – projeto que une agricultura e geração solar – no Norte do estado. Instalado em uma área 300 m², o sistema fotovoltaico deve ter 33 kWp e ficará entre 2,8 e 3 metros acima do solo. O projeto tem duração total de quatro anos, orçamento de R$ 1,5 milhão, e apoio da Fapemig, a fundação de amparo à pesquisa do estado.
“Apesar de o Brasil ter grande extensão territorial, as áreas mais propícias para geração fotovoltaica são as mesmas que são mais propícias para desenvolvimento de culturas. Pode existir uma disputa futura entre áreas para cultivo de alimento e de geração solar e o que a gente quer é otimizar o uso da terra. Já há relatos de produtores rurais que não se interessam em instalar energia solar porque isso inviabiliza o uso da terra para plantio. Por isso a gente acredita no potencial do sistema”, diz a pesquisadora Polyanna Mara de Oliveira.
O projeto piloto será instalado no campo experimental da Epamig no Projeto Jaíba, que é o maior perímetro de irrigação pública da América Latina e reúne diversos agricultores. A estrutura fica em Mocambinho, distrito do município de Jaíba, que é também conhecido por ter um dos maiores índices de irradiação do estado.
A instalação do projeto no polo de produção agrícola, especialmente da fruticultura, é vista como estratégica para a difusão da tecnologia. Os pesquisadores da Epamig irão testar os efeitos da agrivoltaica nas culturas de feijão, morango e abacaxi, a princípio.
“Com um sombreamento parcial, vamos testar o comportamento das culturas bem como a produção de energia. Os dois podem se beneficiar pelo resfriamento. A ideia é que a instalação vai causar um microclima mais favorável para o desenvolvimento das culturas. E esse microclima pode beneficiar também a produção de energia. Essas são as hipóteses do projeto”, disse a pesquisadora à pv magazine.
Nesse momento, o projeto está na etapa de aquisição dos equipamentos.
Capacitação em agrivoltaica
O projeto prevê ao menos dois cursos de capacitação em parceria com o instituto Fraunhoffer, conta Polyanna Oliveira. A previsão é que o primeiro curso ocorra em abril, com o início da implantação do projeto. A ideia é que pesquisadores da Epamig e parceiros sejam capacitados por representantes do Instituto e posteriormente capacitem os técnicos do setor solar e produtores rurais da região.
Expansão futura
A Epamig também está planejando um projeto de P&D maior em parceria com a Cemig, com recursos do programa de P&D da Aneel. “Junto à Aneel, o projeto varia o tipo de painel, com mais culturas, é um projeto maior que tem resultados mais robustos, vamos conseguir mais respostas. Esse primeiro da Fapemig é um projeto piloto para a gente começar a trabalhar. Se o projeto com a Cemig for aprovado, será maior e testará duas regiões no estado, a Central e Norte”, conta a pesquisadora.
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